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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Lojas Arapuã tentam novamente

Por Raffael Pinho

Na noite de terça-feira passada (19/05/09) a empresa de Renato e Jorge Simeira Jacob comunicou ao mercado que entrou com um pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça de São Paulo para tentar retomar seus negócios, quatro anos depois de fechar sua última unidade.

Até o meio dos anos 90 a Arapuã disputava mercado com Ponto Frio, Casas Bahia e outras principais redes de varejo. Com dificuldades financeiras, a empresa atrasou o pagamento de fornecedores e viu seu império de 300 lojas sumir. A empresa Evadin, de Leo Kryss, foi uma das primeiras a pedir falência da Arapuã em 1998.
Kryss, que também era dono da fabricante dos produtos Mitsubishi e 3º maior credor da rede, havia se tornado inimigo mortal dos Simeira Jacob. A rede da família era seu principal canal de vendas de produtos eletrônicos, chegando a criar linhas e modelos exclusivos apenas para as lojas da rede, além de ceder mercadorias em consignação e prazos de até um ano para pagamento, exigindo poucas garantias. Hoje tem R$82 milhões para receber.

De lá pra cá a empresa trava uma verdadeira batalha na justiça para tentar se reerguer. Em 11 de junho de 2003, a 8ª Câmara de Direito Privado do TJSP autorizou o início da reestruturação da Arapuã, por meio de emissão de debêntures (títulos de crédito contra a empresa). Essa decisão foi surpreendente, pois restaurava a condição de concordata preventiva, ao contrário da falência anteriormente decretada.

Seis anos depois, em março desse ano o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decretou a falência da rede, após mais de 10 anos de luta. A Justiça havia entendido então, que a empresa não conseguiu recuperar sua saúde financeira depois de tantos anos, portanto, um prazo de mais 10 anos para reestruturação seria inviável e assim decretou sua falência. Um dos desembargadores, Carlo Martins, chegou a afirmar que na época do processo, a lei que se aplicava era a antiga e não haveria como retroagir os efeitos na nova regulamentação. Mas ainda havia a possibilidade de recursos.

Pouco mais de 2 meses depois a empresa ressurge com um novo plano para se recuperar e conta com a aceitação da maioria de seus credores. Fernando Mendes Almeida, advogado da Semp Toshiba, (com R$100 milhões a receber) defende que a empresa merece uma segunda chance e afirma que ela é recuperável. No entanto, as principais barreiras que a Arapuã terá que enfrentar hoje são o mercado extremamente disputado por gigantes do varejo e o pouco tempo disponível para reestruturar seu negócio de maneira lucrativa. De qualquer forma, essa batalha pela sobrevivência de uma das principais redes de varejo da história do Brasil parece estar longe de ter um fim.

Um comentário:

  1. Trabalhei dez anos na Arapuã em Nova Iguaçú,desejo toda Sorte do Mundo para esta Empresa- Cloves V. Frontelmo.
    clovesfrontelmo@hotmail.com

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